quarta-feira, setembro 26

O desafio - teve que ser

Há coisas destas, na Blogosfera. Fui eu retribuir a visita a um vizinho, e dei por mim a cuscar de tal maneira que acabei por entrar num desafio que corre por aí:
1. Pegar no livro mais próximo.
2. Abri-lo na página 161.
3. Procurar a quinta frase completa.
4. Transcrever a referida frase no blog.
5. Não vale escolher a melhor frase nem o melhor livro (usar obrigatoriamente o mais próximo).
6. Finalmente, passar o desafio a cinco pessoas.

Achei piada, por isso, toca de meter o bedelho. Cá vai: o Livro é do António Marinho e Pinto, (ilustre advogado cá do burgo, polémico até à quinta casa, e que por acaso beneficia da minha admiração), chama-se "As Faces da Justiça" e, para quem quiser conferir, é um compêndio de críticas acutilantes e muito bem construídas ao nosso sistema judicial. Como a página 161 é dotada de poucas frases, e muito longas, tive que procurar a quinta frase completa já pág 162: "Nunca será totalmente derrotado o Estado ou nação que tratar com humanidade os presos ou prisioneiros de um conflito armado - seja qual for o desfecho final da guerra."

And the nominees are: SGuadalupe, da Bicicleta, Casemiro dos Plásticos, T. Santos, do Teltos, LFM, do Desculpe Qualquer Coisinha, e Mia, do Mia, Amigos & Companhia.
Divirtam-se.

sábado, setembro 22

"Really perfect british crime" , the movie.

É nestas alturas que me envergonho deste país, dos lacaios lambe-botas que não deixam trabalhar quem realmente o sabe fazer, e da subserviência parola face a gente que não tem nada a ver connosco. Vamos ser sempre um país medíocre, enquanto houver esta atitude.
Acho que já ninguém duvida que o casal McCann tem culpa no cartório - deixei de acreditar na inocência deles desde o momento em que se percebeu que abandonaram crianças pequenas sozinhas em casa e foram embebedar-se. Depois disto, todas as atitudes deles, a meu ver, tendem a demonstrar a CULPA de quem fez asneira da grossa: enquanto a generalidade dos papalvos que, pelo mundo fora, acreditou piamente naquelas expressões doridas e no bonequito que a mulher nunca largou, estiveram a gozar umas belas férias no Algarve, pensão completa e mordomias, mediatismo quanto baste, para arrecadarem umas valentes maquias na conta da pobre Maddie, por esse mundo fora. Bem, quando a polícia portuguesa mostra o que vale, e os começa a apertar, os tipos voltam a correr para de onde nunca deviam ter saído - o país deles - porque por aqui já não rendia a farsa. Tinha que ser um juiz a por o pé na argola, e deixá-los abalar só com um simples TIR. Novidades?
Bem, depois de terem escolhido a dedo o advogado cá, um sedento de aparecer na ribalta, vão para Inglaterra contratar dois tubarões. Agora isto. Contrataram também o Bastonário da Ordem dos Advogados Portugueses. E ele aceitou, que é pior. Que ele exerça advocacia enquanto bastonário, já é discutível. Agora, que opte por mandar a isenção às urtigas, e aceite meter-se num caso controverso como este, não me parece, a mim, atitude de um bastonário que se preze.
Agora vejamos - o que fizeram os criminosos da Casa Pia? Contrataram tubarões, para enrolar a nossa débil justiça, e estão a fazê-lo com as maior das pintas. Os McCann, estão a fazer exactamente o mesmo: meus caros, quem não deve, não teme - esta atitude demonstra claramente a culpa no cartório por terem dado cabo da miúda, pois querem os melhores para ir buscar o diabo ao inferno, se preciso for, para sairem desta sem um arranhão.
Mas afinal, quem paga isto tudo? Os McCann dizem que não vão usar os dinheiros do Fundo (angariado para ajudar a Maddie - neste caso, eles, como arguidos, nunca poderiam sequer ter acesso ao Fundo). Então, caramba, pudera eu ser médica na Inglaterra, os tipos ganham milhões, pois podem estar 4 meses a trabalhar, e ainda chega o dinheiro para contratar advogados de topo. Duvidoso, mesmo muito duvidoso.
Mas também vos digo: se foram buscar o Rogério Alves para que se exerça pressão sobre a polícia e os juízes, esqueçam lá isso, que a Ordem, em termos de instituição, está para o sistema como as pulgas para os cães - os juízes, nem lhes ligam - usam coleiras das boas - e a polícia, coça, atura-os, mas depois sacode um bocado e livra-se deles. Enquanto advogado... não sei, antes de ser bastonário, eu nunca tinha ouvido falar dele. Quem deve estar a roer-se de inveja foi o Júdice, que, depois de no Prós e Contras não ter tido vergonha de dizer o que disse em defesa dos McCann, devia estar à espera de ganhar ele o caso. Ferrou-se, e não deve estar nada contente. Bem feita.
Concluo com a explicação do meu guião para o filme, daqui a uns tempos (eu brinco com isto, mas ainda há-de ser verdade e os McCann ainda vão ganhar mais dinheiro com os direitos): o casal liquida a filha, move uma acção de sensibilização napoleónica, abre imediatamente um Fundo para angariação de dinheiro em todo o mundo, dinheiro esse que decerto utiliza para pagar a defesa luxuosa contra as acusações de terem provocado a morte da criança. Resultado, acabam por dar a volta ao sistema judicial da treta que é o português, ilibam-se com precisosimos formalistas (andam a estudar jurisprudência americana de um caso em que o juiz ilibou provas do género das deste caso...), e ainda se ficam a rir dos parolos que os apoiaram cegamente.
Tenho pena da Maddie e dos seus irmãos. Pobres crianças. A confirmarem-se estas suspeitas que exponho, não mereciam ter estes pais. Mereciam muito melhor.

terça-feira, setembro 18

... mas o sr. presidente dos bombeiros diz que a culpa não é da BT

O Público Online de hoje noticiava a resposta a esta notícia da morte do paciente que seguia na ambulância que foi mandada parar pela BT da GNR. Mas, estranhamente, a resposta não vinha da GNR, mas sim do Presidente dos Bombeiros dos Arcos de Valdevez, que assaca responsabilidades apenas ao centro de saúde, por erro na triagem, e por ter chamado uma empresa privada de ambulâncias para transportar o doente ao hospital de Ponte de Lima, sendo esta, por sua vez, ainda responsável por não ter as ambulâncias adequadas para fazer as emergências: "Para o presidente dos Voluntários de Arcos de Valdevez, Luís Sá, a BT "apenas fez o seu papel", já que "viu uma ambulância do tipo A-1, que não pode fazer urgências, com as luzes de emergência ligadas e alegadamente a cometer algumas infracções ao Código da Estrada e mandou-a parar, para ver o que se estava a passar". "A mim parece-me que os principais responsáveis são o centro de saúde, que terá feito uma má triagem e uma má escolha do transporte para a transferência do doente, e a empresa privada, que aceitou fazer um serviço para o qual sabe que não tem competência", referiu Luís Sá. ", rezava o artigo do Público.
Ora, demasiado indignada com este senhor por estar a meter o bedelho onde não era chamado, pois não era da família do senhor que morreu nem as ambulâncias eram suas, apenas se deduzindo que deve ter quota na GNR, enviei um e-mail para ele (bvavv@sapo.pt, para vossa informação), para lhe dar conta da minha opinião, como é meu direito. O meu e-mail dizia o seguinte:
"Ex.mo Senhor Presidente dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez
Depois de ler, hoje, uma notícia do Jornal “Público” que dava conta das suas declarações acerca do incidente que culminou com a morte de um paciente, após ordem de paragem dada à ambulância pela BT da GNR, no seu trajecto para Ponte de Lima, não posso deixar de lhe exprimir o desapontamento que é ver um responsável de um corpo de bombeiros mostrar tal subserviência às forças da autoridade, e ainda tal sobreposição dos próprios interesses aos interesses da saúde pública e da vida dos utentes das ambulâncias.
O Sr. Presidente assaca responsabilidades a um centro de saúde e a uma empresa privada provavelmente porque o serviço de transporte do paciente não foi solicitado à sua corporação de bombeiros, mas sim a uma empresa privada. Estará no seu direito de pensar o que quiser, assim como eu estou no meu direito de lhe dizer o que penso, mas, de facto, parece-me um motivo não mais do que comezinho.
Decerto saberá, e se não sabe, é realmente vergonhoso, que QUALQUER viatura pode transitar em marcha de emergência, devidamente sinalizada, quer seja um carro particular, um táxi, ou ambulância, seja de que tipo for. A GNR pode e deve mandar parar a viatura em caso de observação de possível infracção, mas o seu dever é, assim que identifica a emergência, libertar a viatura que segue em emergência, de IMEDIATO, ou até escoltá-la até aos seu ponto de destino. Mais, caso, se verifique qualquer tipo de infracção, a GNR deve apontar a matrícula da viatura, e só a posteriori agir em conformidade. Mais até – o condutor da ambulância podia até nem ter parado face à ordem da GNR, pois justificaria facilmente essa transgressão com a emergência em que seguia.
O que está em questão, Sr. Presidente, é salvaguardar a vida do utente que segue em perigo de vida, e esta é um direito constitucional que sobrevale a qualquer contra-ordenação; fazer como fizeram aqueles agentes da GNR, é considerado omissão de auxílio, é crime, pois verificaram da veracidade da emergência e optaram por impedir o seguimento da ambulância, retendo-a 20 minutos.
Assim, a família do falecido tem TODO o direito de responsabilizar, criminal e disciplinarmente aqueles agentes, pois mostraram desrespeito quer por valores constitucionais, quer por regras penais e disciplinares.
Quanto ao Sr. Presidente, demonstra com as suas declarações à comunicação social, falta de conhecimento acerca deste tipo de valores, o que é inaceitável para uma pessoa que ocupa o cargo que V. Ex.cia ocupa – como presidente dos bombeiros Voluntários, cuja função primordial é salvaguardar a vida humana. Ademais, misturar com estes valores assuntos que mais têm a ver com as diferenças que existem entre si e outras instituições, é, permita-me dizer, no mínimo, mesquinho.
Com os melhores cumprimentos,
"
Ofendi alguém? Não me parece. Olhem a resposta pronta que me mandaram, sem assinar sequer, e em maiúsculas e tudo:
"De: bvavv@sapo.pt [mailto:bvavv@sapo.pt]
Enviada: terça-feira, 18 de Setembro de 2007 19:16
Assunto: DESASTRADO TEXTO

EXMA SRA.
DEVE DIZER AQUILO QUE BEM ENTENDE, NÃO DEVE É PROVOCAR AS PESSOAS QUE DÃO MUITAS HORAS DAS SUAS VIDAS E COM SACRIFICIO DA PRÓPRIA FAMILIA, PARA SERVIR, VOLUNTÁRIAMENTE, TODA A COMUNIDADE.
SE DISSE O QUE DISSE, ASSUMO AS MINHAS RESPONSABILIDADES, COM CONHECIMENTO DE CAUSA, A SRA NÃO É NINGUEM PARA DIZER O QUE PENSA, SE NÃO SABE O QUE SE PASSA...
SE É INTELIGENTE, QUE DUVIDO, PENSE ....UMA PESSOA ENTRA EM DOIS HOSPITAIS, ESTEVE HORAS À ESPERA, MORRE, E ACULPA É DA B.T."
Bem, parece que o senhor presidente, se é que foi ele que respondeu, ficou ofendido. como não sou de me ficar, respondi-lhe da seguinte maneira:
"Caro senhor,
Com o devido respeito, a sua resposta confirma o que eu lhe disse.
As suas declarações, na posição que ocupa e de acordo com as responsabilidades sociais que tem, deveriam, a existir, ser imparciais, e sem qualquer tomada de partido – para si, o mais importante deveria ser a salvaguarda da vida humana, independente de quem é culpado ou não.
O facto de presidir a uma corporação de serviço voluntário (com todo o mérito que lhe é devido) não lhe atribui a faculdade de salvaguardar a posição de determinada entidade em detrimento de outras, especialmente quando a sua não se encontra envolvida, pelo menos publicamente.
Mais uma vez afirmo que, ao prestar estas declarações à comunicação social num assunto que não lhe dizia directamente respeito, não agiu de acordo com a sua posição e as suas responsabilidades.
Com certeza a GNR deverá ter departamento jurídico suficiente para defender a posição daqueles agentes, sem ser necessário ser o presidente dos Bombeiros Voluntários dos Arcos de Valdevez a tomar a cargo essa função.
Reitero: a BT, a meu ver, é culpada de não ter agido em conformidade com o código deontológico policial e ética profissional que lhes é exigida. No mínimo.
Aconselho-o a ler os comentários às suas declarações n’O Público, para saber o que pensa a maioria da comunidade que o senhor diz que serve tão arduamente:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1305164&idCanal=59&showComment=1#commentarios
No seu caso, “a palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro” .
Com os melhores cumprimentos,
Acredito que me volte a responder, até porque não me parece a primar pela sensatez, senão tinha ficado calado em vez de mostrar a todos a dor de cotovelo porque o centro de saúde chamou um serviço privado em vez dos bombeiros. Isto numa situação em que morreu uma pessoa porque demorou 30 minutos a chegar ao hospital, em vez de 10 minutos como deveria ter sido, POR CAUSA DA GNR, SIM SENHOR!!!. Seja de quem for a culpa, um representante dos bombeiros devia ter aquela morte em conta, respeitá-la e à dor da família, e não aproveitá-la para fazer chicana contra quem lhe apetece.
Ou então este senhor é advogado e vai patrocinar a defesa dos agentes da GNR.... isso já não sei... sei é que é capaz de se safar de umas multas nos próximos tempos com a cantilena do "eu estou por vocês, senhores guardas", lá isso é.

domingo, setembro 16

Paciente morre após BT ordenar paragem de ambulância

"Um homem morreu em Ponte de Lima depois de a ambulância que o transportava ter estado parada cerca de 20 minutos, por ordem da Brigada de Trânsito, alegadamente por utilizar sinalização de emergência." Li esta notícia no AEIOU Quiosque, ainda agora.

A vítima, com 54 anos, residente em Arcos de Valdevez, sentiu uma forte dor no peito na quinta-feira e foi transportada pela mulher ao Centro de Saúde daquele concelho. Foi então chamada uma ambulância para o transferir para o hospital de Ponte de Lima, numa viagem de aproximadamente 15 minutos.

«Em plena A28, a Brigada de Trânsito mandou parar a ambulância. Pediram documentos, fizeram o teste de alcoolemia por duas vezes ao condutor e perderam-se em formalidades, retendo ali a ambulância cerca de 20 minutos», explicou à agência Lusa o cunhado da vítima, Cesário Gomes.

Depois da paragem, «a Brigada seguiu a ambulância para se assegurar, junto do hospital, se o caso era, ou não, urgente» e assim determinar a autuação pela utilização das luzes de emergência. «Acabou por não autuar», disse a mesma fonte. Já o paciente morreu poucos minutos depois.

Quem é que nunca foi sujeito ao despotismo bacoco dos guardas da BT da GNR? Quase toda a gente já passou por isso. Perdoem-me os profissionais mais diligentes desta área, se os houver, mas, de facto, ainda que se entenda que o policiamento das estradas e a punição dos infractores são necessários, o cidadão comum é amiúde confrontado com estes senhores de calça justa, bota de cano alto de chapéu de marinheiro, plenos da arrogância própria do seu estatuto de bronco a quem foi dada uma farda e um carro topo de gama para conduzir, tudo a expensas de todos nós.

Nunca fui multada, não senhor. Mas já parei muitas vezes para confraternizar com estes senhores, evidentemente contra a minha vontade. Sempre me perguntei como é que estes tipos escolhiam os carros para mandar parar. Bem, em Albufeira (e em todo o país, provavelmente…), ou mandam parar os conhecidos, para receberem a sua gorjazinha costumeira, ou mandam parar carros de empresas, para ver se COMEÇAM a receber a mesma gorjazinha. Fora isso, e fora as operações STOP em rotundas, em que pára TODA A GENTE, nunca percebi o critério deles. Deve ser ao calhas.

Esta notícia choca qualquer um com o mínimo de sensibilidade. Mandar parar uma ambulância que vai a sinalizar emergência já é burrice. Depois, estar 20 minutos a engonhar depois de saber que está um paciente dentro da ambulância, isso então já é crime. Em menos de 20 minutos se nasce, em menos de 20 minutos se morre, e este senhor morreu por causa da negligência criminosa dos broncos da BT. E, ainda assim, os energúmenos ainda foram atrás da ambulância até ao Hospital de Ponte de Lima, só para conferir se era mesmo uma urgência. ERA mesmo. Acabaram por não multar, afinal… O que pensariam quando souberam, minutos depois, que o paciente morrera? Sentiriam a culpa, a angústia de terem causado uma morte? Duvido. Provavelmente, fizeram como sempre fazem quando tramam alguém: o esgarzinho irónico ao canto da boca, e a expressãozinha de desprezo “Azar”.

A família da vítima vai a tribunal com isto, e muito bem. Este excesso de zelo, este homicídio negligente, esta omissão de auxílio, esta mostra de infinita ignorância e falta de respeito para com a vida humana têm que ser punidas, criminal e disciplinarmente. O mais rápido possível. A filha da vítima, uma menina de 15 anos com paralisia cerebral, agora orfã de pai, merece isso.

quinta-feira, setembro 6

Arriverdeci, Pavarotti

A ideia pré-concebida que a maioria tem acerca dos tipos das óperas é, digo eu, que possuem aquele pedantismo próprio dos eruditos, e que se acham acima de qualquer tipo de elemento artístico, porque representam a cultura na sua faceta mais clássica.
Não digo que muitos não sejam assim, que são. Mas bom de ver é quando isso não acontece, e vemos um artista reconhecidíssimo da área clássica valorizar a cultura mais pop-rock, misturar-se com ela, e ainda sair a ganhar com isso.
Luciano Pavarotti, 71 anos, morreu esta madrugada em sua casa (Modena, Itália), vencido por um cancro. Morreu novo. Morreu entre família e amigos, como sempre gostou de estar.
Considerado o maior tenor do Mundo, desde o desaparecimento de Caruso (1921), este homem de larga figura não tinha a arrogância dos clássicos, e era a voz mais cara do mundo, que não hesitou em juntar-se a artistas da Pop-Rock (Bono, Sting, Mariah Carey, Ricky Martin, Maná, Laura Pausini, Deep Purple, Lionel Richie, Queen, sei lá....) por diversas causas, ou sem elas.
Presto homenagem ao Homem, ao Tenor. Tenho vários discos dele, gostava de o ouvir. E acho que muitos concordarão comigo, era um tipo que parecia bonacheirão, simpático. Talentoso.
Arriverdeci, Pavarotti.
Público

quarta-feira, setembro 5

Mas também lá fui...

OK. Acabei por lá ir. O Algarve tem o Zoomarine. Porque não? 4 dias não ia fazer mal nenhum...
Sim: gente a montes, confusão a montes, um dia de chuva (sim, aquele das cheias) em que o povo todo se juntou na estrada da Guia para um mega drive-convívio em direcção ao Shopping Algarve, em que só faltavam os DJ's convidados (eu, como não poderia deixar de ser, não podia faltar a esse grandioso evento que é um monumental engarrafamento...), enfim, a barafunda local costumeira desta época.
Mas tive sorte. Os restantes dias foram absolutamente compensadores. O Zoomarine, a fazer agora 15 anos, que eu conheço praticamente desde o 1º dia (em que os tubarões eram do tamanho de cavalas) é sempre um espaço fantástico, e todos os anos tem uma inovação qualquer, apesar as diversões mesmo á maneira só no próximo ano estarem prontas, penso eu de que... é que eu adoro parques aquáticos (recomendo o Slide & Splash, em Lagoa), e o Zoomarine terá tobogans e mais piscinas, que ainda estão em fase de construção.
Tenho a felicidade de ter alojamento numa zona óptima, sem grande estrilho, e mesmo ao pé da praia. Os dois dias de praia, apesar de ser na 2ª quinzena de Agosto, foram absolutamente fabulosos - a água, que já nesta altura do mês costumava estar mais fria, estava um caldo morno que só visto - um espectáculo.
Duas praias, mesmo ao lado uma da outra: uma mais conhecida, mais pequena, que serve a localidade, com acesso fácil e rodeado de lojas, a outra, de acesso próprio a jipes, e que serve um hotel. A primeira, cheia de tugas; a segunda, cheia de estrangeiros. Qual a diferença? A barafunda, a falta de civismo, a sujidade, na primeira, e a tranquilidade, a educação e a limpeza na segunda. Apesar de, na segunda praia, passar o tipo das bolas de berlim, das túnicas e t-shirts, dos óculos e dos relógios, de 2 em 2 minutos, não havia gente em cima uns dos outros (daquele tipo: ai ali há muito espaço, mas vou aqui por as coisas em cima destes, porque aqui é que deve ser bom...), não havia gente a enterrar lixo na areia, nem crianças a fazer xixi ao pé da água e nas rochas, nem cães, nem gente a jogar raquetes no meio das toalhas, nem berraria saloia, nem falar ao telemóvel aos berros para toda a gente ver que Vejam, eu até tenho um telemóvel e estou aqui a irritar os meus amigos que estão a trabalhar... Disto, havia aos montes na 1ª praia. Alguma conclusão?
Enfim, lá fui. E gostei. Tive sorte com os dias, e com o sítio. O resto do buliço de Albufeira, dispenso. Mas o roteiro praia- casa-praia foi óptimo, valeu a pena.
Até porque os comes.... também não eram maus... :) (a data está errada, só depois é que vi...)