terça-feira, abril 11

Há que dizê-lo com frontalidade

"Temos uma magistratura da idade média e de mercearia"
Maria José Morgado, PÚBLICO, 10-04-2006
A Maria José lá sabe. Onde há fumo há fogo.
Quando li que poderia começar a existir um foro especial para julgar crimes cometidos por pessoas detentoras de cargos políticos, deitei as mãos à cabeça. Ai é assim? Ai os senhores políticos não podem ser julgados nos mesmos tribunais onde os restantes cidadãos são julgados? Esse tipo de apartheid não me parece uma inocente intenção de separar matérias, com a desculpa de especializar juízes e magistrados, e dar seguimento mais rápido e adequado aos processos. Parece-me mais um meio de dar uma espécie de "via verde" aos políticos, em termos de processos (tipo: "o senhor político não se preocupe, não terá que passar pela vergonha e pela morosidade de ter um processo no mesmo tribunal onde andam todos os outros cidadãos com problemas com a justiça... "). A mim, não me parece nada bem. Voltamos à questão do cidadão português de primeira, e o de segunda.
Bem, comentários da Maria José Morgado, sobre esta e outras questões, aqui.

4 comentários:

S Guadalupe disse...

Esta mulher merecia um prémio. Não sei bem que tipo de prémio, mas um prémio pela sua coragem e fontalidade. Ouvi há uns dias de relance que teria havido uma sondagem e que o nome dela tinha sido apontado para procuradora geral. Ela achou uma patetice. Pudera!

Sofia Melo disse...

Eu se fosse ela também não queria ser marioneta do poder político. Ela já provou bem provado que não tem vocação para isso. Se bem que acho que como PG, se a deixassem realmente trabalhar, muita coisa haveria de mudar. E para bem melhor!!

Casemiro dos Plásticos disse...

e uma condecoração p'ra esta senhora não há?

Vegana da Serra disse...

Depois da Revolução Francesa ficou no ar a ideia de que a igualdade é para todos. Hoje está provado que não: continuamos na Idade Média, onde o povo é que se lixa!