sábado, setembro 28

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Olhando para trás, senti saudade de escrever. Mas de escrever sem contar caracteres, sem ter receio de comentários cheios de ódio, de reprovaçao e rejeição. Resultado: fechei o twitter (outra vez). E vim aqui recordar os meus escritos bloguísticos, de tempos em que , em primeiro lugar TINHA TEMPO (Coisa que actualmente, enfim...) , e, em segundo lugar, passava os meus melhores momentos a deixar escorrer pelos dedos e teclas aquilo que me brotava da alma. Ou da Cabeça.
Escrevia muito mesmo! Nem me lembrava quanto.
E bateu a saudade. De escrever, de ler, de pensar. Até sentir saudade desenhar, mas acho que deixei de saber como... E até nao desenhava mal, há muitos anos.
Por isso, vou tentar um regresso. Acho que devo isso a mim mesma.
Desculpem qualquer coisinha, porque nem sempre vai sair alguma coisa de jeito.
Se estiverem por aí digam alguma coisa. Ou nao. :)

sexta-feira, junho 16

A Internet e a Verdade sobre as Pessoas

Voltei a este espaço, passado tanto tempo...

Senti a necessidade de voltar a esta casa que me recebeu há tantos anos, porque, na verdade, todos estes anos de redes sociais nao passaram de uma grande desilusão. 

Fechei hoje uma das minhas contas, porque descobri que, afinal, as pessoas mostram muito mais de si nas redes sociais do que na vida real. 

Mesmo com todas as mentiras e falsidades que dizem sobre si próprias , escondendo-se atrás de personagens e avatares, as pessoas são capazes de revelar a pessoas completamente desconhecidas pormenores íntimos, sórdidos, e muitas vezes, fantasiosos, das suas existências,  ou pelo menos, da existência que gostariam de ter. 

As Pessoas mascaram-se - a cada login, a pessoa encarna aquilo que pensa ser o melhor eu, e constrói uma personalidade com a qual se apregoa nas redes sociais. 
E vive ali uma second life, ali pode ser a pessoa que gostava de ser, e que não é, por força das circunstâncias, por comodismo, ou porque simplesmente é estúpido.  

Inventam-se profissões, habilitaçoes profissionais, relatam-se factos e aventuras que nunca a conteceram... 
Disfarça-se cultura geral com pesquisas no google e com recurso a bacocos tradutores de línguas online,  disfarça-se conhecimento  com notícias do último jornal ou com partilhas de coisas que se encontrou na internet..., tiram-se fotos da internet para se ilustrar viagens, eventos, aventuras, feitos, amigos, que nunca se teve. 

A pessoa manda farpas que nunca seria capaz de mandar em pessoa, à outra pessoa . é fácil ofender e provocar quando nao sabem quem somos. Isso é cobarde - mas é fácil espalhar o ódio quando nao passamos de um avatar, certo?

Fazem-se "amizades" por interesse, por simpatia ou por tesão... e todos acreditam no que todos dizem. Mandam-se mensagens privadas a confessar as mais radicais fantasias, quando , do outro lado, não se sabe se está, quem sabe, a nossa avó... ou um qualquer pervertido chantagista. 

A conclusão a que cheguei é que as personagens das redes sociais nao sao alter egos. As pessoas são aquilo. É aquilo que ambicionam, é aquilo que desejam ser - essa é a sua essência. 

Mulheres adultas, a maior parte comprometidas, portam-se nas redes sociais como adolescentes, bacocas e coradas , ou meretrizes de larga rodagem, e trocam fantasias com estranhos e assim afagam o ego e a libido - é nos personagens machos com que se correspondem na internet que pensam, quando se deitam ao lados dos seus companheiros, desengane-se quem pensa o contrário. 
Mulheres, sobretudo, insatisfeitas, infelizes - que maquilham a sua infelicidade com atrevimento, para atrair homens que, mais tarde ou mais cedo, acabam por causar insatisfaçao e infelicidade - à suas mulheres.

E eles, por mais que tentem disfarçar junto das suas mulheres da vida real, é às amigas das redes sociais que dão os bons dias com lãnguidos beijos enviados por DM, e é para elas o último suspiro da noite, acompanhado de imagens de sexo explicito, que ilustra e personifica o que eles gostariam de  lhes fazer  - enquanto as suas companheiras, ali ao lado, quando nao estao a tratar da comida, roupa e filhos destes energúmenos, se perguntam  - porque sabem o que se passa - o que esse putedo tem que elas , pelo visto não têm. 

Toda esta corja virtual se congratula de viver esta vida secreta, excitante, cheia de fotografias de avatares bonitos e seios grandes, e zomba daqueles que se agarram à vida real, porque não acreditam noutra. Todos eles zombam, troçam e judiam dos que se recusam a embarcar nessa onda de putaria.
Por isso, aos poucos, nas suas costas, estes pobres de espírito vão deixando um rasto de sofrimento naqueles que deveriam amar e proteger em primeiro lugar. 

E os reais, os que estão aqui na vida real, os que aturam doença, má disposição, exigências, mais má disposiçao, e numa grande parte, falsidade, sabem. se nao hoje, amanha. mas saberão. E sofrem.
Enquanto os seus infiéis companheiros se divertem e se excitam com fotografias falsas, e protegem com unhas e dentes os seus pecadinhos em segredo, quem vive a vida real sofre por esta, a vida real, nao passar de um mar de lágrimas, zombaria  e desprezo - um leito onde todas as noites se deitam, nao duas, mas 3, 4, 5 ou mais pessoas. 

Gente a mais. 

Soluçao? Só uma - afastar-nos o mais possível de gentalha desta.

Procurem pessoas que vivam a vida real - que gostem de vocês na vida real. Que sejam verdadeiros - e que sejam a mesma pessoa fora e dentro das redes sociais, se as usarem. 

Ou então, quando essa corja vos vier pedir ajudinha... mandem-nos pedir ajuda aos amiguinhos da rede social. Ou à mer**. 

Estarei mais vezes por aqui. 





segunda-feira, junho 10

Era Uma Vez

Era uma vez um pequeno Reino. Mas pequeno mesmo, pouco maior do que um Livro de Histórias para Adormecer. Um Reino do Faz-de-Conta, cheio de personagens sui generis, e histórias de todos os géneros e para todos os gostos. 
Um Reino que se fez crescer a partir de um pequeno quintal a Norte, à força de braço e de espada, desbravando terreno com a avidez de uma fera que estende o seu território, impondo os seus próprios limites, não aceitando os limites dos outros. 

Um Reino bonito, bem localizado. Cheio de altaneiros castelos, jardins imponentes, lindas praias em quase toda a volta das suas fronteiras, extensas planícies douradas a sul, vastas paisagens verdejantes a norte, igrejas e monumentos de muitos estilos arquitectónicos diferentes, pleno de terreno fértil,  mar generoso e clima ameno. 
Um Reino com uma mão-cheia de cidades cosmopolitas, de ruas largas e grandes e modernos prédios,  lojas de marca, belíssimas moradias, imponentes hotéis, estádios, retail parks, outlets e shopping centers, azafamados num frenesim de intensa  actividade quotidiana. 

Um Povo afável, festeiro, conhecido em todo o Universo como de brandos costumes, que é capaz de receber todo e qualquer desconhecido em sua casa como se fosse da família, um povo que sorri para todos ao dizer bom dia, um povo que se esforça por falar línguas estrangeiras para facilitar a vida aos de fora; Um povo culto, de doutores e de novas oportunidades; Um povo que sonha e que vive de sonhos; Um povo que sabe receber, que não manda embora ninguém; Um povo que há mais de quinhentos anos saiu da pequenez da sua casca de noz e foi descobrir o mundo, não para conquistar por destruir, mas para desenvolver, ensinar , prosperar e gerar riqueza, depois deixando que outros povos beneficiassem com todo esse trabalho; Um povo que se contenta com pouco e é feliz assim. 


ERA uma vez. Já não É. 
Os episódios de bravura e as desventuras dos seus heróis foram escasseando, ou então foram desaparecendo os heróis disponíveis. O pequeno Reino foi começando a ser explorado por um grupo de meia dúzia de aproveitadores, em compadrio mais ou menos dissimulado, como uma galinha dos ovos de ouro, a quem se vai dando cada vez menos milho por manifesta avareza.
Deixaram a galinha morrer de fome. E acabaram-se os ovos de ouro. A inércia, o facilitismo, o comodismo  e a preguiça tomaram conta do povo, que foi instruído para tal, que deixou de ter orgulho de produzir, entregou os recursos a terceiros e preferiu a vida de subsídios, apoios, rendimentos mínimos e baixas inventadas; O poder alimentou principescamente este monstro que foi comendo a produtividade do Povo e  transformou uns em sangessugas e outros em sugados de almas desanimadas e insatisfeitas. 
Mas uma coisa se manteve: continua a ser um povo que se contenta com pouco. A vida é dura, mas só se torna insuportável se não se puder ir de férias para mostrar depois as fotografias no Facebook, se não se puder ir aos festivais de verão (pelos mesmos motivos) e ao café todos os dias tomar o pequeno almoço e lanchar, e ainda não se puder ir ao shopping semanalmente comprar roupa de marca e smartphones novos a cada dois meses, sempre com tarifário de internet. Um povo que pára tudo para ver a bola, os documentários sobre a vida do Cristiano Ronaldo, as emissões das Marchas, do Carnaval ,  dos Globos de Ouro e do 13 de Maio em Fátima e mais os programas de Domingo à tarde e à noite na TV. Um povo que gasta balúrdios em chamadas telefónicas nos concursos da TV para ganhar carros e quantias em dinheiro,  e para votar em personagens que, elas próprias, se sujeitam às mais variadas situações humilhantes para ganhar um cachet semanal, muito superior ao que elas valem. Um povo que prefere gastar um balúrdio para deixar os seus filhos sozinhos ir a concertos do Bieber, e aos Sudoestes, a ter que os aturar - e educar -  em casa. 
Um povo que se licencia para ter um título, continua a saber pouco mais do que o alfabeto, e vive em casa dos pais até aos 40 anos e mais, sem produzir coisa alguma a não ser despesa. Um povo que tem que emigrar para pagar as suas dívidas. Uma parte de um povo que trabalha  para receber uma miséria e ainda ter que passar um recibo verde, e ser sujeito a todo um tipo de exigências dignas de um escravo. Um povo de proprietários de casas das quais não precisam, e de inquilinos que não pagam a renda. Um povo de empresários falidos, uns por não terem tido a capacidade de se precaver no tempo das vacas gordas, outros porque acreditaram que se fossem honestos e industriosos iriam ter sucesso; Um povo de netos que dependem das quase extintas reformas e da educação dos avós, enquanto os seus pais estão no café a passar o tempo e a fazer o euromilhões. Um povo de teóricos que não sabe nada de coisa nenhuma,  que se envergonha de trabalhar para ganhar a vida, governado por gente cujo objectivo apenas é levar dinheiro e benefícios para casa, para a família e para os amigos. 
A par de tudo isto, um povo que sonha com o euromilhões, e que acredita mesmo que um dia lhe vai sair o prémio, para  poder comprar um Iphone, um Ferrari , um Mercedes e um BMW, acabar de pagar a casa e, depois,  por-se ao fresco para um país longínquo onde não haja crise. 
Um Povo, sobretudo, que se esqueceu da força que tem. A facção do povo que se recusa a alistar-se no grupo dos parasitas, baixou os braços, pede desculpa se é apanhado a insultar quem o espolia sem dó nem piedade, e deixa-se esbofetear e chicotear por essa cada vez maior classe de prevaricadores que escarnece diariamente do país que anda a destruir aos poucos

Mas continuamos um Reino catita, de belas paisagens, que ainda tem a capacidade de se vender (entendam como quiserem...). Felizmente, não fosse isso e a vontade que os estrangeiros andam a demonstrar em passar férias aqui e ter aqui propriedades, e isto tudo já tinha ido para o galheiro há muito. Valha-nos isso. 

Eu olho em volta e este é o Portugal que vejo hoje. Não é uma visão agradável.
Por isso, hoje é dia de festejar o quê, mesmo? Ah. 





sexta-feira, maio 24

Twice BirdFlu Saga

Cheira-me que vai começar outra vez a histeria colectiva da gripe das aves. Aos poucos, lá vão começando as notícias e os documentários sobre o perigo eminente disseminado pela bicharada com penas. 
Segundo o Público, o "Vírus H7N9 transmite-se entre furões por contacto e às vezes pelos espirros". Bem, da última vez que conferi, eu não era um furão, e a partir de agora NÃO PERMITIREI que ninguém espirre a menos de 10 metros da minha pessoa, sob pena de ser brutalmente sulfatado com desinfectante, caso eu detecte no(a) pretenso(a) prevaricador(a) a vil intenção de o fazer. 
Ainda que eu seja uma pessoa deveras preocupada com a saúde publica e mundial, especialmente na parte que toca a minha própria saúde, cheira-me que esta coisa do H7N9 mais não é do que um déja vu empolado pelos chineses para nos meter medo. Como se não bastasse aquele prédio lá em Pequim
Já da outra vez, ia toda a gente morrer, já andava tudo a encomendar a alma a Deus, já havia gente com máscaras por tudo e por nada e na minha terra taparam-se os galinheiros por causa dos pombos e dos pardais, que podiam pegar a peçonha aos franguinhos da cabidela. Muito mal, a qualidade de vida dos galináceos degradou-se abruptamente, pois ficaram sem servidão de vistas nas suas propriedades. Uma ave sofre com estas privações, fica sentida. E depois já não sabe tão bem quando se faz coradinha no forno com batatinhas. 
Ok, se as galinhas da China andam doentes, para mim não há mais Menu Galinha com Amêndoa no Chinês. Assim tipo medida profiláctica, para começar. Dado que a notícia diz que não há histórico de transmissão da doença entre humanos, só das aves para estes, nem pardais quero perto de mim. Xô. É que nem kispos de penas. E bébés que se suspeite que tenham vindo de cegonha, ao largo!!! Podem dizer na etiqueta que vieram de Paris, mas nunca se sabe até onde vai a contrafacção.

Fiquei um bocado pasmada ao ler que o Furão é o melhor modelo animal para estudar as gripes humanas. Não devia ser uma espécie de macaco? De qualquer forma, acho muito pouco ético misturar furões com galinhas. especialmente se for para pegar a gripe aos furões. Sempre quero ver como é que lhes enfiam depois o Cêgripe goela abaixo. Gente doida e má.